As habilidades mais procuradas no mercado de trabalho até 2030
Relatório do Fórum Econômico Mundial destaca ascensão das habilidades tecnológicas, já especialistas chamam atenção para aptidões emocionais
Por Vitor Guedes – Jornal Valor Econômico
28/01/2025
A cada 100 trabalhadores, pelo menos 59 precisarão de requalificação profissional para evitar o desemprego até o ano de 2030, segundo o relatório Futuro do Emprego 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, que chama atenção também para o montante de 120 milhões de trabalhadores que provavelmente não receberão essa formação.
Entre os empregadores, 7 em cada 10 indicam o pensamento analítico como a habilidade mais valorizada para o ano de 2025, seguido de resiliência, flexibilidade e agilidade.
Paralelamente, segundo o relatório, há uma necessidade crescente e contínua de habilidades voltadas para o uso de tecnologia e inteligência artificial, indicados como principais causas de transformação de negócios nos próximos cinco anos.
Ainda de acordo com o relatório, uma combinação entre habilidades tecnológicas e humanas será cada vez mais essencial em um mercado de trabalho altamente volátil.
No mercado nacional, 9 em cada 10 empresas planejam aprimorar as habilidades de seus empregados até 2030. IA e big data, criatividade e alfabetização tecnológica são pontuadas como as habilidades que mais devem crescer em demanda no mercado de trabalho brasileiro, seguidas de empatia e escuta ativa.
Habilidades mais procuradas até 2030
1 |
IA e big data |
2 |
Redes e segurança cibernética |
3 |
Alfabetização tecnológica |
4 |
Criatividade |
5 |
Resiliência, flexibilidade e agilidade |
6 |
Curiosidade e aprendizado ao longo da vida |
7 |
Liderança e influência social |
8 |
Gestão de talentos |
9 |
Pensamento analítico |
10 |
Gestão ambiental |
Para Fernando Mantovani, diretor-geral da consultoria Robert Half para a América do Sul, é crucial que o empregado tenha conhecimentos mínimos de tecnologia e de comunicação, por mais básica que seja a função desempenhada: “Hoje, não saber o ChatGPT pode não ser um problema, mas já te deixa um pouco obsoleto. Daqui a cinco anos, isso pode ser algo mais sério para a empregabilidade”.
Lucas Oggiam, diretor-executivo na Michael Page, destaca que as habilidades humanas, num contexto de cada vez mais presença de ferramentas tecnológicas, podem ser o grande diferencial:
“O equilíbrio ideal é reconhecer que o ser humano é tanto um ser que exige competências técnicas quanto competências emocionais. Aspectos como comunicação, resolução de problemas e boa leitura do ambiente são competências cada vez mais exigidas, e acredito que nossas habilidades humanas vão ficar cada vez mais latentes, e esse vai ser um diferencial brutal”.
Mantovani também enxerga nas habilidades humanas um lugar em que o empregado possa se destacar. Ele usa o exemplo da criatividade, indicada entre as cinco habilidades com maior índice de crescimento até 2030:
“A inteligência artificial é criativa até a página dois. Ela vive do aprendizado do que já viu e projeta o futuro baseado na linearidade. É uma repetição de cálculos e dados conhecidos. A questão é quando entra o desconhecido e o uso da criatividade.”
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