Seu Chefe é incompetente? E agora?

Seu Chefe é incompetente? E agora?

O mundo corporativo é como uma “floresta”, onde apresenta uma infinidade de “espécies” de liderança que no artigo de hoje vamos dividir em dois grupos: a liderança competente e os incompetentes.

Quando olhamos pessoas ocupando posições de lideranças cremos, seletivamente, em sua superioridade intelectual, de habilidades e conhecimentos. Não nos questionamos “Será que essa pessoa possui as competências para estar nessa posição, bem como saberá conduzir a equipe e a empresa para a trilha do sucesso?

Seguidamente questionamento sobre as qualificações necessárias para ganhar essa posição?

Competência no mundo corporativo, em uma versão simplificada, significa uma liderança que através dos conhecimentos, habilidades e talento cria um forte engajamento e comprometimento de sua equipe na entrega resultados, acima da média, colaborando para que a empresa assuma uma posição de liderança em seu mercado. Se focarmos na posição de CEO, podemos definir como aquele que possui competência executiva para liderar a empresa na entrega de resultados em níveis de excelência junto aos clientes, colaboradores, acionistas e stakeholders.

O líder competente tem nos resultados econômicos a comprovação de seu talento. Por exemplo, quando olhamos os resultados financeiros dos grandes magazines brasileiros, temos as Lojas Renner com os melhores resultados, o que reflete a competência de seu CEO José Galló.

Com essa noção popular e pragmática do que é ser competente, o que explica que no decorrer de nossa carreira profissional, seja no setor público ou privado, nos deparamos, em algum momento, com chefes INCOMPETENTES?

O perfil do “líder” incompetente, independentemente do nível na organização, possui um estereótipo bem conhecido. Ele é inseguro, arrogante e narcisista e rouba seu tempo com reuniões improdutivas e prolongadas. Não sabe definir objetivos claro e não trabalha em equipe. Sabota a performance da equipe junto as lideranças tomando para si as glórias das boas ideias. Proíbe qualquer contato entre você e seu chefe e se vier a ocorrer exige um relatório. Não sabe delegar pois acredita que concentrar as informações confere a ele o poder que não tem. É vaidoso e reforça rituais ultrapassados. Se possui uma sala, com certeza, trabalha com a porta fechada e faz questão que a secretaria anuncie qualquer visitante. Cria uma rede de “informações” para assegurar que controla.

A estratégia desse incompetente é trabalhar no modelo de comando e controle, usando crises para colocar em ação seu autoritarismo. No nível de Presidentes e CEOs, mentem para os acionistas com o objetivo de mantê-los assustados e reféns de sua trama, usando uma máscara de bom gestor. Muitos deles são psicopatas e farão qualquer coisa para defender sua sobrevivência.

O grau de prejuízo dessa liderança, nos níveis baixos e médio da organização, é medido pelo resultado das equipes e seu ambiente de trabalho. No nível da alta gerencia, como Presidência e CEO, será refletido nos resultados de crescimento no mercado bem como nos indicadores, financeiros no médio e longo prazo. Pesquisas informam que um CEO tem uma influência direta no resultado da organização de pelo menos 25% (para cima ou para baixo), o que significa uma diferença que pode alcançar 50%.

Ao nos depararmos com essa realidade quando estamos diante de uma dessas “figuras” vem a pergunta “como essa pessoa chegou na posição de liderança?”.

A resposta é simples. Alguém com características semelhante o contratou!

A variante é o grau de intelecto de quem ocupa a posição de liderança em determinado momento e seu perfil psicológico. Lembre-se que A contrata A, B contrata B e C contrata C. Se um C contratar, por descuido um B ou A, assim que descobrir o erro, irá desenvolver uma estratégia para eliminar essa concorrência. Normalmente esses indivíduos possuem uma única e bem desenvolvida competência que é o da arte da política. São envolventes e mentirosos e garantem sua sobrevivência nas corporações através do jogo político. São os estelionatários da competência.

Ao estudar o ser humano aprendemos que sua primeira necessidade é a da “sobrevivência”. No mundo corporativo isso significa manter, sob seu comando e controle, pessoas que não “brilhem” mais que o chefe. Uma das 48 Leis do Poder, de Robert Greene, é “Nunca brilhe mais que o Rei”.

Agora se a realidade é essa e você tem um chefe INCOMPETENTE,  o que fazer?

Lembre-se que “Jabuti não sobe em arvore, ou foi enchente ou mão de gente”. Essa anedota demonstra que de alguma forma alguém contratou essa pessoa e como vimos acima isso é possível pois, mais uma vez quero relembrar que A contrata A, B contrata B e C contrata C.

A primeira sugestão para sua sobrevivência é a de não confrontar. Seja simpático e nunca exponha a incompetência dele com perguntas inteligentes ou mesmo faça graça de suas decisões ou comentários. Ele não respeita ou mesmo aceita sugestões e opiniões independentes.

Ajude-o a ser “menos” incompetente. Sim, sua missão é tentar ajudar e não criticar, pois é seu superior e tem o poder de demiti-lo. Faça com que confie e que não o considere um “concorrente”. Pergunte qual informação quer receber, como quer que seja apresentada, quando e onde apresentar. Ele necessita estar bem informado. Seja paciente. Apesar da sua arrogância ele é inseguro. Sobrevivi a alguns desses perfis bem como fui “alvejado” por outros.

Administrar um chefe incompetente também é um aprendizado do como NÃO FAZER. Tenha paciência pois em algum momento outras lideranças da empresa iram descobrir essa não conformidade e substitui-lo. Esteja preparado para essa oportunidade sem deixar que seu chefe incompetente descubra. Fique atento para que ele não veja em você um inimigo pois se isso ocorrer ele irá dar um jeito de demiti-lo.

Agora, se com o passar do tempo esse incompetente persistir na posição, procure uma nova oportunidade, fora de sua empresa, pois assim não comprometerá seu processo de desenvolvimento e aprendizado.

Quando uma organização possui uma cultura pautada pela meritocracia a realidade é de acordo com a frase “ninguém engana muita gente por muito tempo”.

Infelizmente a realidade no mundo corporativo é que ainda existem muitos chefes incompetentes por ai e você ainda vai ter UM.

Boa sorte.