RH Estratégico – Invisível?

RH Estratégico – Invisível?

Estratégia do RH Estratégico é ser Invisível

O cotidiano profissional dos últimos dez anos tem me permitido estar bem próximo da área de recursos humanos das empresas e com isso conviver com o discurso e dilema diário de que precisam ser mais estratégicos e menos operacionais.

Tal desejo, que está impregnado nas entranhas dos profissionais dessa área, tem gerado um paradoxo perigoso, uma vez que acabam voltando sua atenção para o que acreditam e pensam ser estratégico, sem se darem conta que ao invés de delegar estão “delargando” a operação para um segundo nível sem a devida apreciação se o modelo  e ferramentas utilizados estão adequados e atendem as demandas atuais e futuras da organização.

A pouca vontade, interesse e foco destes executivos para as atividades operacionais do cotidiano fazem com que investimentos e decisões importantes sejam postergados, comprometendo a qualidade e a exatidão esperada que se faz necessária para que não sejam percebidas, pois aqui o segredo é não ser visto e notado, uma vez que só se dão conta dessa operação quando algo sai errado.

O resultado deste comportamento é uma área de Recursos Humanos com poucos processos mapeados e pensados; tecnologia muitas vezes inadequada operada por profissionais desmotivados e menos capacitados, fazendo com que rotinas operacionais sejam executadas de forma pouco precisa e nada eficiente, sem perceberem que ao agirem dentro dessa hipnose acabam tropeçando na execução do dia a dia.

Sabemos que problemas do cotidiano roubam tempo e energia, tirando o foco do RH do seu maior objetivo que é construir a ponte entre as aspirações e motivações de sua equipe  e os objetivos concretos da empresa como seu crescimento no mercado, conquista de novos segmentos, maior rentabilidade financeira agindo sempre de forma sustentável.

Aprendemos na faculdade, nos cursos complementares e programas de educação continuada que estratégia tem a ver com o “como” . Sim, aquele “como” que nos faz melhor que os competidores e nos permitem realizar com maestria os objetivos listados anualmente no planejamento da empresa. O mesmo “como” que nos faz construir uma cadeia de valor única, mais eficiente eficaz que incrementa a satisfação dos clientes e a rentabilidade da organização.

Dentro desse escopo, fica claro que “a melhor estratégia para um RH estratégico é ter uma operação que funcione”, com rotinas e processos mapeados e estruturados de forma inteligente que resultem em maior eficiência e ganho de produtividade. O uso de tecnologia adequada e a automação das atividades de rotina feitas com investimentos apropriados ao tamanho do seu negócio, bem como o comprometimento de seus profissionais, pode proporcionar a entrega dos serviços com exatidão e pontualidade.

Sabemos que noventa por cento das atividades operacionais dessa área estão nos processos de Folha de Pagamento e gestão de benefícios que precisam ser realizadas com precisão para se manterem invisíveis e despercebidas. Erros aqui significam perda de confiança e tempo no que é básico, tirando o foco do que é essencial, ou seja, das demais entregas, em especial aquelas relacionadas à estratégia da empresa. Para evitar que isso aconteça precisamos avaliar se devemos fazer nós mesmos internamente ou buscar ajuda na terceirização, com empresas especializadas e idôneas, cujo “core”  é o adjacente para nós. Esta decisão irá implicar na capacidade da empresa em fazer a análise correta para a tomada de decisão, pondo na mesa variáveis como número de funcionários, complexidade operacional do negócio, legislação vigente, capilaridade das localidades, custo da estrutura, investimento de recursos e tempo necessários para garantir a exatidão e pontualidade que queremos.

Gerenciar os recursos humanos e suas necessidades, valores e motivação com a precisão necessária deveria ser a função prioritária dos gestores de RH, enquanto que estes processos rotineiros e repetitivos deveriam ser automatizados. Sendo assim requer que se qualifiquem o tempo, para que como gestores da área de GENTE possamos ser o cérebro que ajuda a organização a escolher, de forma assertiva, uma estratégia vencedora.

O RH estratégico tem que ser o catalisador dos anseios e desejos dos líderes e suas equipes em uma empresa. É como o esqueleto humano que serve de alicerce para todos os órgãos de um corpo humano, podendo ser seus olhos que enxergam os melhores caminhos, os ouvidos que ouvem  e escutam os clamores mais sensíveis, os braços que apóiam e alavanca o crescimento, as pernas que sustentam a longa corrida e principalmente, o coração que sente e faz pulsar todas as emoções, equilibrando-as com a maestria que cria a motivação e entusiasmo, ingredientes necessários para um total engajamento.

A busca da excelência deve  cuidar, de forma precisa, do operacional e torná-lo imperceptível,  ou seja, o RH que funciona é o RH invisível.