Como fazer um currículo para primeiro emprego
Sem experiências formais, apresentação pode ser enriquecida com atividades que demostram habilidades pessoais e comportamentais
Por Larissa Maia – Jornal Valor Econômico
16/07/2024
Na busca pelo primeiro emprego, o candidato que não tem o que preencher na seção de experiências profissionais em seu currículo pode, segundo especialistas em carreira ouvidos pelo Valor, se destacar aos olhos do recrutador incrementando outras áreas do documento, com habilidades e formação, por exemplo.
Apesar de parecer desafiador preencher um currículo na busca do primeiro emprego, é importante não ter receio de “ter poucas informações, já que o recrutador sabe que você está começando carreira”, explica Jêniffer Moreira, consultora na JM Carreira e Negócios. O currículo, neste caso, pode ser enriquecido com habilidades, educação e experiências relevantes que o candidato tenha adquirido durante sua vida.
O currículo é dividido em algumas seções, como informações de contato, sobre, objetivos, experiências, habilidades e informações adicionais. Veja abaixo como estruturar seu currículo na busca do primeiro emprego:
Informações gerais
Conforme os especialistas consultados, os candidatos devem optar por iniciar pela seção de informações de contato, que deve incluir:
- Nome, sobrenome e LinkedIn, se este estiver estruturado;
- Dados pessoais: endereço, e-mail (fácil e profissional) e telefone com DDD (somente o principal contato);
- Formação: Ensino médio, técnico e nível superior, incluindo o nome da universidade, o curso e ano de conclusão.
Aqui, explicam as especialistas, deve ser evitado o uso de foto, endereço completo, telefone de recado e link de outras redes sociais que não sejam profissionais.
Objetivos profissionais
Nesta etapa, o candidato vai resumir as aspirações e o que espera alcançar com o emprego, adicionando a descrição do motivo de querer trabalhar naquele cargo ou área.
O objetivo deve ser curto com, no máximo, 4 linhas, sempre priorizando o nome da vaga que está sendo divulgada, descreve Tamires Teixeira, também consultora de carreira.
Experiências
Dentre as experiências a serem inseridas no currículo, vale ações desenvolvidas de extensão na universidade, voluntariado, mentorias e até projetos de empreendedorismo. O importante é ser objetivo com aquilo que é pré-requisito da vaga a ser disputada, mostrando como vai utilizar o conhecimento, resultados obtidos e em que a experiência agregou ao candidato, explicam as especialistas.
Ou seja, é importante adequar seu currículo para cada vaga a ser disputada.
Aqui, é importante destacar experiências que demonstrem habilidades e comprometimento, como:
- Projetos curriculares;
- Trabalhos voluntários;
- Palestras que acompanhou;
- Cursos adicionais;
- Conhecimento de outros idiomas e intercâmbio;
- Estágios;
- Conhecimento de sistemas e softwares.
Além disso, em um currículo sem experiências formais — como é no caso para o primeiro emprego — os candidatos devem apostar em inserir conhecimentos técnicos (hard skills) e habilidades comportamentais (soft skills), como, por exemplo, as características que as pessoas mais te elogiam seja na escola ou na faculdade, e que podem agregar à oportunidade.
“Se dizem que você fala muito bem, tem a habilidade de comunicação. Se consegue trabalhar bem em grupo, tem escuta ativa, resolve problemas. Tudo isso conta”, diz Moreira.
Palavras-chaves
Dentro da seção de experiências e também na seção de resumo profissional entram as palavras-chaves com o intuito de otimizar o currículo para o recrutador. Elas são utilizadas para conectar as habilidades e experiências às necessidades dos recrutadores e empregadores, explica Teixeira.
De acordo com a consultora, a escolha das palavras deve variar de cinco a dez no resumo profissional e devem ser representativas das suas habilidades e experiências mais relevantes para a vaga ou área de interesse. As palavras também devem acompanhar a descrição das experiências, se houver.
São as palavras-chave vão ajudar o seu currículo a ser selecionado pelos softwares utilizados pelos recrutadores. Por isso, para identificar palavras que seja potenciais para o currículo, o candidato pode pesquisar nas descrições das vagas quais são as palavras-chave utilizadas e também em sites como Mapas de Carreira, da plataforma de empregos Vagas.com.
Além disso, ao concluir o currículo, as especialistas ressaltam que é preciso ter atenção a alguns pontos, como ortografia, configuração (exportando o documento em PDF) e revisão do documento, se possível, feito por alguém de confiança, para evitar envio com erros.
E o LinkedIn?
No caso dos candidatos que buscam o primeiro emprego por meio do LinkedIn, as dicas são similares as de preencher o perfil acrescentando as experiências. Moreira acrescenta, porém, que além das informações do currículo que serão base para o perfil, é preciso adicionar uma imagem de capa que represente sua área de interesse, além de produzir conteúdos relacionados a evolução profissional do candidato.
Além disso, é possível fortalecer o perfil na rede profissional, mesmo em início de carreira, ao:
- Adicionar fotos de atividades;
- Criar projetos com descrição;
- Adicionar os estágios da faculdade e trabalhos voluntários;
- Criar publicações que mostrem sua evolução profissional.
“O currículo, neste caso, é a sua porta de entrada e o LinkedIn pode ser usado como portfólio. Enquanto no seu currículo você adequa o mesmo para a oportunidade que está se candidatando, na rede você pode contar a sua trajetória profissional”, diz Teixeira.
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