As gerações que ficam mais tempo no mesmo emprego

As gerações que ficam mais tempo no mesmo emprego

Pesquisa exclusiva com 511 funcionários aponta taxas de permanência por faixa etária

Por Jacilio Saraiva – Jornal Valor Econômico

16/07/2024

Profissionais da geração Y (de 30 a 40 anos de idade) ficam mais tempo em um mesmo emprego, em comparação a colegas de outras faixas etárias. Esse grupo, em uma escala de 1 a 10 pontos, apresenta a maior taxa média de intenção de retenção (9,4); antes dos baby boomers (61 anos ou mais), com 8,6; da geração X (41 a 60 anos), com 7,7; e da Z (18 a 29 anos), na lanterna, com 6,7 pontos.

Os dados são de um estudo realizado no Brasil pela startup de soluções de RH Talent Academy com 511 profissionais de sete empresas de todos os portes. Do total de respondentes, a maioria (23,8%) tem curso superior e 17,8% ocupam cargos de gerência ou superior. O levantamento, obtido com exclusividade pelo Valor, foi finalizado em maio e considera a taxa de intenção de retenção como a “probabilidade autodeclarada e anônima do funcionário de permanecer na empresa.”

“Para reter os talentos da GenZ é essencial entender as características únicas que os diferenciam de outras gerações”, explica Renata Betti, cofundadora e CMO (diretora de marketing) da Talent Academy. “Nascidos na era digital, eles valorizam ambientes de trabalho tecnologicamente avançados e culturalmente inclusivos.”

Empresas preocupadas em diminuir a rotatividade desse grupo podem oferecer uma maior flexibilidade nos expedientes, para atender a uma demanda conhecida dele, de conquistar um maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal, explica. “Outro ponto de atenção é que a geração Z busca propósitos na carreira e valoriza empregadores que promovem impacto social.”

Betti lembra que o turnover é um desafio enfrentado por companhias de todos os tamanhos e segmentos. A perda de colaboradores pode gerar prejuízos financeiros significativos e impactar negativamente a produtividade e a cultura organizacional, destaca a pesquisa.

Especialista explica que, nascidos na era digital, profissionais da geração Z valorizam ambientes de trabalho tecnologicamente avançados e culturalmente inclusivos, além de um maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal, — Foto: Pexels

Diante do resultado do estudo, a diretora recomenda mais investimentos das chefias no desenvolvimento profissional do quadro, com oportunidades em postos de liderança, além de políticas de equidade salarial, licença maternidade estendida e horários flexíveis, com o intuito de aumentar a permanência das funcionárias. “Muitas são mães e têm múltiplas jornadas de trabalho”, pontua.

Taxa média de retenção de funcionários por geração, de 1 a 10

Geração

Taxa

Geração Y (30 a 40 anos)

9,4

Baby Boomers (61 ou mais)

8,6

Geração X (40 a 60 anos)

7,7

Geração Z (18 a 29 anos)

6,7

Taxa média de retenção de funcionários por gênero, de 1 a 10

Gênero

Taxa

Masculino

8,4

Feminino

8,2

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