O que podemos aprender com a lição da Apple que “quase faliu” em 1997?
Estudar casos de empresas que reverteram sua curva de declínio, fizeram “turn around”, voltaram a crescer e a conquistar posição de liderança em seus mercados, pode colaborar para que CEOs sejam mais “humildes” e não se deixem levar pelo “ego”. Esse movimento de “renascer das cinzas” é raro e 90% das empresas que entram em sua etapa de declínio na curva de ciclo de vida acabam desaparecendo. Leia com atenção as principais razões que levaram a Apple a sua “quase falência” e use como lição de casa em sua empresa.
Após a saída de Steve Jobs da Apple em 1985, a empresa enfrentou uma série de desafios que levaram à crise e a levaram à beira da falência em 1997. Vários fatores contribuíram para esse período difícil:
Falta de visão e liderança: Steve Jobs era conhecido por seu pensamento visionário e liderança carismática. Sem sua orientação, a Apple lutou para encontrar uma direção clara e uma estratégia coesa. A empresa passou por uma série de mudanças de liderança, incluindo a saída do próprio Jobs, o que resultou em falta de visão consistente e tomada de decisão eficaz. Lembre que o CEO é responsável direto por 25% do resultado de uma empresa (para cima e para baixo).
Expansão da linha de produtos: durante esse período, a Apple expandiu sua linha para incluir uma ampla gama de produtos, o que resultou em falta de foco e mensagens confusas. A empresa lançou vários modelos com características e especificações variadas, levando a uma linha de produtos fragmentada que confundiu os consumidores e sobrecarregou os recursos da empresa. Vale lembrar que “menos pode ser mais”
Concorrência e desafios de mercado: a Apple enfrentou intensa concorrência de outros fabricantes de computadores, principalmente do sistema operacional Windows da Microsoft, que estava ganhando popularidade. A participação de mercado da Apple diminuiu e ela lutou para se diferenciar em um setor altamente competitivo. A falta de produtos atraentes e a perda de participação de mercado contribuíram ainda mais para seus problemas financeiros. É importante lembrar que sempre pode aparecer alguém melhor e com custo menor.
Projetos fracassados e empreendimentos caros: a Apple embarcou em vários projetos e iniciativas ambiciosas que acabaram sendo fracassos dispendiosos. Por exemplo, o Newton MessagePad, um assistente digital pessoal, enfrentou problemas técnicos e vendas fracas. A empresa também investiu pesadamente em vários negócios não essenciais e aquisições, que drenaram seus recursos financeiros sem gerar retornos substanciais. Lembre-se que antes de investir pesado em novas idéias, produtos e serviços, “testar antes com pequenos públicos e baixo investimento” é a melhor receita.
Má gestão financeira: a Apple enfrentou má gestão financeira nesse período, com controle de estoque ineficiente e altos custos operacionais. A empresa não conseguiu controlar as despesas, resultando em perdas financeiras e diminuição das reservas de caixa. Lembre sempre que “cash is king”.
Em 1997, a situação da Apple piorou a ponto de ela enfrentar o risco de falência. No entanto, durante esse período crítico, a Apple fez uma reviravolta significativa. Steve Jobs voltou para a Apple após a aquisição da NeXT, empresa que fundou durante seu tempo longe da Apple. Sob sua liderança, a Apple simplificou sua linha de produtos, concentrou-se novamente na inovação e introduziu produtos inovadores como o iMac, o iPod e posteriormente, o iPhone. Esses movimentos ajudaram a Apple a recuperar sua estabilidade financeira, revitalizar sua marca e preparar o terreno para seu sucesso subsequente.
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